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🥘 Carbonada argentina – Prato de inverno, alma de tradição

 Carbonada argentina

✨Um prato que aquece corpo, alma e memória



Tem receita que não é só comida — é história, afeto e resistência. A carbonada argentina é dessas. Um guisado robusto, colorido e reconfortante, feito pra enfrentar o frio com sabor e presença. Carne, legumes, milho, especiarias e aquele toque adocicado dos damascos secos (os famosos orejones) criam uma combinação que é puro abraço em forma de marmita.


Mais do que uma receita, a carbonada é um símbolo da cozinha criolla — aquela que nasceu do encontro entre os povos originários e os colonizadores espanhóis, e que foi sendo moldada ao longo dos séculos por mãos camponesas, fogões de lenha e panelas de ferro. É comida de campo, de festa, de inverno e de partilha.


Nesta versão personalizada, o prato ganha ainda mais textura e profundidade com o purê de cabotiá adicionado no final da cozedura. Isso não só engrossa o caldo como traz um sabor caramelizado que conversa com os demais ingredientes de forma harmoniosa. E o melhor: tudo feito na panela, com praticidade e alma de tradição.



🧭 A história da carbonada – da Bélgica ao campo argentino


Apesar de ser considerada um prato tipicamente argentino, a carbonada tem raízes que atravessam o Atlântico. O nome vem da carbonnade flamande, um guisado belga feito com carne bovina, cebola e cerveja escura. Os espanhóis, que dominaram


Flandres por séculos, trouxeram essa receita para a América durante o período colonial.

Aqui, ela foi adaptada aos ingredientes locais: saiu a cerveja, entrou o vinho; saiu a cebola caramelizada, entrou o zapallo (abóbora), o milho, a batata-doce e os damascos.


A versão argentina virou um guisado criollo, cozido lentamente em panelas de ferro sobre lenha, e servido dentro da própria abóbora assada — uma apresentação que virou marca registrada do prato.


No século XIX, a carbonada já era presença garantida nas mesas camponesas e nas marmitas dos trabalhadores rurais. O poeta José Hernández, no clássico Martín Fierro, cita a carbonada como parte do banquete gauchesco:


“Veniá la carne con cuero, la sabrosa carbonada, mazamorra bien pisada, los pasteles y el güen vino.”



🧊 Marmita com alma – a carbonada como comida de resistência


A carbonada não é só prato de festa — é também comida de marmita. Por ser nutritiva, fácil de reaquecer e feita em grandes quantidades, ela era levada pelos trabalhadores do campo, das minas e das fábricas argentinas desde o século XIX. O guisado era armazenado em potes de barro ou latas, e comido frio ou aquecido sobre fogareiros improvisados.


Hoje, ela volta como opção saudável, reconfortante e cheia de memória afetiva. A versão com purê de cabotiá é perfeita pra congelar em porções individuais, levar pro trabalho ou servir num jantar de inverno com amigos. É comida que alimenta o corpo e conta uma história — e que pode ser adaptada pra diferentes estilos de vida, sem perder sua essência.



🍴 Acompanhamentos que combinam


A carbonada é um prato completo, mas pode ganhar ainda mais charme com acompanhamentos simples e afetivos:


🍚 Arroz branco soltinho – ajuda a absorver o caldo e traz leveza ao prato

🥖 Pão rústico ou baguete – ideal pra mergulhar no guisado e raspar o fundo do prato

🧀 Queijo meia cura ralado – derrete por cima e cria uma camada cremosa irresistível

🥗 Salada de folhas amargas – rúcula, radicchio ou chicória com vinagrete de limão equilibram o dulçor da carbonada

🌽 Farofa de milho com cebola caramelizada – traz crocância e reforça o sabor criollo



🍷 Bebidas que harmonizam

O sabor intenso e levemente adocicado da carbonada pede bebidas que equilibram e realçam:


🍷 Vinho tinto seco – Malbec, Cabernet Sauvignon ou Bonarda são clássicos argentinos que casam perfeitamente com o prato

🍺 Cerveja escura tipo porter ou stout – realça o sabor da carne e das especiarias

🧉 Chimarrão ou mate cocido – versão argentina do nosso mate, ideal pra acompanhar sem competir com o sabor

🍵 Chá preto com especiarias – canela, cravo e gengibre criam uma sinergia com o guisado

🧃 Suco de uva integral ou maçã com gengibre – opção não alcoólica que traz dulçor e frescor


paleta sendo cortada

📝 Ingredientes


Essa é uma receita para uma panela generosa, daquelas que perfumam a casa toda e alimentam com sobras. Os ingredientes podem parecer muitos à primeira vista, mas seguem uma lógica simples: base de carne, legumes em cubos, caldo aromático e toque adocicado. Tudo junto, tudo integrado.


Para a carbonada (rende de 6 a 8 porções fartas):


🥩 1 kg de paleta bovina sem osso, cortada em cubos médios

🎃 1/2 abóbora anco, picada em cubos

🎃 1/2 abóbora cabotiá, cortada ao meio (para o purê)

🥔 1 batata-doce, descascada e picada

🥔 1 batata comum, picada

🌽 1 espiga de milho, cortada em rodelas

🍑 1 punhado de damascos secos (orejones), picados grosseiramente

🥕 2 cenouras, cortadas em rodelas médias

🧅 3 cebolas médias, picadas

🌿 1 cebola de verdeo (cebolinha), picada para finalizar

🌶️ 1 pimentão vermelho, picado em cubinhos

🍅 1 tomate, sem sementes, picado

🧄 3 dentes de alho, bem picados ou amassados

🍅 1 xícara de purê de tomate (caseiro ou industrializado)

🍷 1 copo de vinho tinto seco

🧂 1 litro de caldo de legumes quente

🍃 1 folha de louro

🌶️ Cominho, páprica doce, ají moído e sal, a gosto

🛢️ Azeite de oliva, para refogar e finalizar


🎃 A abóbora cabotiá será assada e transformada em purê para engrossar e dar sabor ao final do preparo.


legumes salteados

👨‍🍳 Modo de preparo detalhado, com técnica e história


A carbonada tem algo de ritual. Ela convida a cozinhar com tempo, observação e afeto. Cada etapa prepara a próxima, como uma composição musical em que os ingredientes entram no momento certo.


1. Assar a abóbora cabotiá para o purê


  • Pré-aqueça o forno a 180 °C.

  • Corte a cabotiá ao meio no sentido horizontal. Retire as sementes com uma colher (guarde se quiser assar separado ou plantar).

  • Regue a polpa com azeite e polvilhe sal.

  • Coloque numa assadeira com a parte cortada voltada pra cima.

  • Asse por 40 a 50 minutos, até a casca enrugar e a polpa ficar macia.

  • Retire do forno, espere esfriar um pouco e raspe a polpa com uma colher.

  • Esmague com garfo ou bata no processador até virar um purê liso. Reserve.


🎃 Esse purê entra no final do preparo e muda tudo: textura, sabor, cor.


2. Dourar a carne com especiarias


  • Corte a carne em cubos de cerca de 3 cm. Seque com papel-toalha pra facilitar a selagem.

  • Tempere com sal, cominho, páprica doce e ají moído.

  • Aqueça azeite numa panela grande, de fundo grosso.

  • Adicione a carne aos poucos, sem amontoar, pra garantir que cada pedaço doure bem.

  • Sele de todos os lados até formar crosta.

  • Retire e reserve num prato.


🔥 Essa crostinha caramelizada cria a base de sabor da carbonada. Não pule essa etapa.



3. Refogar os legumes aromáticos


  • Na mesma panela, adicione mais azeite.

  • Refogue a cebola até murchar e ficar translúcida.

  • Acrescente o alho e mexa até perfumar.

  • Junte a cenoura, o pimentão e o tomate.

  • Raspe bem o fundo da panela com colher de pau para liberar os sabores grudados da carne.

  • Refogue por cerca de 10 minutos, mexendo sempre.


🌶️ Esse refogado é o coração aromático do prato. Vai perfumar a cozinha inteira.


4. Deglacear com vinho e criar o caldo base


  • Despeje o vinho tinto sobre os legumes refogados.

  • Mexa com vigor, raspando o fundo.

  • Deixe o álcool evaporar por 3 a 5 minutos, até o líquido reduzir levemente.

  • Acrescente o purê de tomate e o caldo de legumes quente.

  • Misture e adicione a folha de louro.


🍷 O vinho traz acidez e complexidade. Escolha um tinto seco com corpo médio.


5. Incorporar os legumes principais e a carne


  • Volte com os cubos de carne dourados pra panela.

  • Adicione a batata-doce, a batata comum, a abóbora anco, os damascos picados e o milho.

  • Mexa com cuidado pra não quebrar os legumes.

  • Cozinhe em fogo médio, com a panela semi-tampada, por cerca de 40 a 50 minutos.

  • Vá mexendo de tempos em tempos e ajustando o sal.


🥔 Esse é o momento de deixar os sabores se encontrarem e o caldo tomar forma.



6. Adicionar o purê de cabotiá e finalizar


  • Com os legumes bem macios, adicione o purê de cabotiá reservado.

  • Misture delicadamente. Ele vai engrossar o caldo, intensificar o sabor e deixar tudo mais cremoso.

  • Cozinhe por mais 5 a 10 minutos.

  • Finalize com cebolinha picada.


🎃 O purê transforma o guisado em abraço.


7. Servir ou fracionar em marmitas

  • Sirva quente, em prato fundo ou tigela rústica.

  • Acompanhe com pão, arroz ou só carinho.

  • Ou porcione em marmitas: dura até 5 dias na geladeira e até 3 meses no freezer.


🧊 Ideal pra quem quer comida caseira durante a semana, mesmo nos dias corridos.


batata e abobora picados

📊 Tabela nutricional estimada

Nutriente

Porção padrão (300 g)

Porção de 100 g

🔥 Calorias

390 kcal

130 kcal

🍞 Carboidratos

32 g

10.7 g

🧈 Gorduras

18 g

6 g

🧀 Proteínas

22 g

7.3 g

🧂 Sódio

480 mg

160 mg

🍋 Fibras

6 g

2 g

🧮 Cálculo estimado com base em carne bovina, abóbora cabotiá, batatas, milho, azeite e damascos secos. Os valores podem variar conforme a execução, tamanho dos vegetais e cortes.



🧊 Armazenamento e congelamento

A carbonada é perfeita pra marmitar — e essa versão com purê de cabotiá se comporta muito bem no freezer.


🥡 Na geladeira

  • Dura até 5 dias em pote fechado.

  • Reaqueça em fogo baixo ou micro-ondas, mexendo para não grudar.

  • O sabor até melhora no dia seguinte, como todo bom guisado.


❄️ No freezer

  • Pode ser congelada por até 90 dias.

  • Use potes individuais ou sacos zip com porções de 300 g.

  • Identifique com data e nome (carbonada com cabotiá).

  • Para descongelar: leve direto ao fogo baixo ou deixe na geladeira por 12h antes de aquecer.


🧊 Evite congelar com arroz ou queijo por cima — adicione na hora de servir.


 Carbonada argentina

✨ Conclusão – Um prato que atravessa gerações e aquece qualquer mesa

A carbonada argentina é mais do que um guisado: é uma receita que carrega o sabor da terra, a memória dos trabalhadores e o afeto das cozinhas criollas. Nesta versão com purê de cabotiá, ela ganha textura cremosa, profundidade de sabor e praticidade — sem perder a alma.

É prato de inverno, de marmita, de domingo em família. É comida que conta história, que sustenta e que emociona. E que, mesmo adaptada, continua sendo fiel às suas raízes.


“A carbonada é feita pra compartilhar — e pra lembrar que comida boa é aquela que tem história.”


Receita 283 - 2025


Receita adaptada e testada por Tobias Martins - Achei Cozinhando



 
 
 

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